Lula defende papel ativo do estado e critica Bolsonaro em inauguração no Rio Grande do Sul
Durante a cerimônia de inauguração do Centro de Oncologia e Hematologia do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) em Porto Alegre, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou a importância da intervenção do Estado na economia, especialmente em áreas vitais como saúde e educação. Em seu discurso, Lula também fez críticas severas ao ex-presidente Jair […]

Durante a cerimônia de inauguração do Centro de Oncologia e Hematologia do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) em Porto Alegre, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou a importância da intervenção do Estado na economia, especialmente em áreas vitais como saúde e educação. Em seu discurso, Lula também fez críticas severas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atribuindo a ele grande parte das mortes ocorridas durante a pandemia de Covid-19. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, também recebeu elogios do presidente, enquanto o evento marcou o início de novos projetos de infraestrutura no estado.
Na cerimônia que celebrou a inauguração do novo Centro de Oncologia e Hematologia em Porto Alegre, o presidente Lula destacou a importância de um governo federal ativo e envolvido nos setores de saúde e educação. O investimento de R$ 144 milhões no centro é um exemplo claro de como o Estado pode e deve participar ativamente no desenvolvimento de serviços essenciais. Lula criticou a ideia prevalente de um Estado mínimo, defendendo que o governo deve garantir a igualdade de tratamento e o acesso universal a serviços públicos.
O presidente mencionou sua experiência com o Sistema Único de Saúde (SUS), lembrando que o sistema foi amplamente criticado no passado, mas provou sua importância durante a pandemia de Covid-19. “O Estado não deve ser mínimo ou máximo. O Estado deve ser Estado e garantir igualdade para todos”, afirmou Lula. Ele reforçou a necessidade de investimentos públicos para enfrentar as desigualdades e promover o bem-estar geral.
Em um momento de discurso carregado de emoção, Lula não poupou críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O presidente acusou Bolsonaro de ser responsável por “pelo menos metade das mortes” causadas pela pandemia no Brasil. Segundo Lula, a gestão de Bolsonaro foi marcada pela falta de preparo e decisões errôneas, como a promoção de medicamentos ineficazes e a resistência à vacinação. “Um presidente da República não precisa ser médico, mas deve saber montar um time competente e ouvir os especialistas”, disse Lula, enfatizando que a crise sanitária poderia ter sido melhor gerida com uma abordagem mais adequada e científica.
Lula também usou o palco para elogiar a ministra da Saúde, Nísia Trindade. O presidente destacou que escolheu Nísia para o ministério por sua respeitada trajetória à frente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelo reconhecimento que possui entre governadores e legisladores. “Nísia é uma líder respeitada e sua nomeação foi uma escolha acertada para enfrentar os desafios da saúde pública”, afirmou Lula. Os elogios a Nísia foram também uma resposta às críticas enfrentadas pela ministra desde sua nomeação.
O novo Centro de Oncologia e Hematologia, uma das mais recentes adições ao sistema de saúde pública, representa um avanço significativo no atendimento a pacientes que necessitam de transplantes de medula óssea. Com o investimento de R$ 144 milhões, o centro permitirá uma ampliação substancial dos serviços oferecidos aos usuários do SUS. Durante o evento, foram também assinadas autorizações para a construção de duas novas unidades de saúde no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC): o Centro de Apoio ao Diagnóstico e Terapia e o Centro de Atendimento ao Paciente Crítico e Cirúrgico.
O evento contou com a presença de várias autoridades, incluindo o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e ministros como Nísia Trindade (Saúde), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul). A presença de Leite também foi marcada por uma troca de farpas com Lula durante o dia, evidenciando as tensões políticas em curso.