Na próxima quinta-feira (29), o governo federal promove o terceiro leilão da rodovia BR-381, que liga Belo Horizonte a Governador Valadares, em Minas Gerais. Conhecida popularmente como a “rodovia da morte” devido aos altos índices de acidentes fatais, a BR-381 tem sido um desafio para as autoridades, com duas tentativas anteriores de leilão em 2022 e 2023 que não atraíram ofertas de investidores. Este leilão representa uma nova oportunidade para revitalizar e modernizar a infraestrutura da estrada, que é crucial para a conexão entre as duas cidades mineiras.

Concorrentes do leilão

Para este leilão, dois consórcios estão se apresentando como candidatos para a concessão da rodovia:

1. Consórcio 4UM: Composto pelas famílias Malucelli, Salazar e Federmann, que controlam as empresas MLC, Aterpa e Senpar. Este consórcio está propondo um plano ambicioso para a BR-381.

2. Consórcio Opportunity e Monte Rodovias: Inclui a Opportunity, uma financeira bem estabelecida, e a Monte Rodovias, uma operadora experiente no setor. 

O contrato da concessão envolve um investimento estimado em R$ 9 bilhões ao longo de 30 anos. Entre as principais obrigações estão a duplicação de mais de 106 quilômetros de trechos da rodovia e a implantação de quase 83 quilômetros de faixas adicionais. A modernização da BR-381 é vista como uma necessidade urgente para melhorar a segurança e a eficiência do transporte na região.

Desistência de CCR e ecorodovias

Recentemente, foi confirmado que as empresas CCR (CRRO3) e Ecorodovias (ECOR3) não participarão do leilão desta vez. A decisão foi recebida com otimismo pelo mercado, pois, segundo análise do Bradesco BBI, reflete uma postura de disciplina financeira por parte dessas empresas. O Bradesco BBI considera a manutenção da recomendação de compra para CCR e Ecorodovias, estabelecendo preços-alvo de R$ 18 e R$ 15, respectivamente. A ausência dessas grandes players pode abrir espaço para novos consórcios e alterar a dinâmica competitiva do leilão.

Expectativas futuras

O Bradesco BBI também projetou que a CCR deve conseguir renegociar com sucesso seus contratos com MSVia, Sorocabana e Nova Raposo até o final do ano. Além disso, a Ecorodovias está prevista para concluir a renegociação da ECO101 nos próximos meses. Estas renegociações são vistas como passos positivos para o fortalecimento da posição financeira das empresas e para a realização de novos investimentos em infraestrutura.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.