A JBS (JBSS3) está mostrando um ritmo acelerado na desalavancagem, o que levanta novas discussões sobre suas futuras estratégias de alocação de capital e possíveis aquisições. De acordo com analistas do Itaú BBA, a maior processadora de carnes do mundo pode estar mirando empresas do setor de alimentos processados como alvos estratégicos. Enquanto isso, a listagem das ações da JBS no mercado norte-americano, embora ainda uma prioridade, pode ser adiada para 2025.

A JBS (JBSS3) está avançando na desalavancagem de sua estrutura financeira mais rapidamente do que o esperado, conforme destacado pelos analistas Gustavo Troyano e Bruno Tomazetto do Itaú BBA. Esse movimento gerou debates entre investidores sobre a alocação de capital da empresa, abrindo espaço para a possibilidade de aquisições de empresas no setor de alimentos processados. Troyano e Tomazetto apontam que, nesse cenário, a JBS pode buscar expandir sua presença em nichos específicos dentro do setor alimentício.

A JBS tem planos de listagem de suas ações no mercado norte-americano, o que continua a ser uma meta importante para a empresa. No entanto, os analistas do Itaú BBA consideram que é improvável que a listagem ocorra ainda em 2024. Segundo o cronograma atual, o processo de listagem pode se concretizar somente no primeiro semestre de 2025. Após a aprovação do acordo pela SEC, será necessário um período mínimo de 90 dias para a votação, tornando o início efetivo da negociação no mercado dos EUA improvável para este ano.

No segundo trimestre de 2024, a JBS mostrou uma redução significativa na sua alavancagem, que caiu para 3,06 vezes, em comparação com 3,70 vezes no trimestre anterior. Quando calculado em dólares, o indicador também melhorou, ficando em 2,77 vezes, comparado a 3,66 vezes e 4,15 vezes nos períodos anteriores. Esta redução reflete a eficiência da empresa em melhorar sua saúde financeira. Apesar dos desafios, a perspectiva de curto prazo para a JBS continua positiva, com margens sólidas e expectativas de crescimento robusto.

Os analistas do Itaú BBA preveem que a oferta de frango continuará a ser um fator positivo para a JBS no segundo semestre de 2024. A desvalorização cambial pode ajudar a mitigar a leve compressão das margens da carne bovina nos Estados Unidos, o que deve resultar em fortes desempenhos financeiros para a empresa nos próximos trimestres. Este cenário é favorável para a JBS, ajudando a compensar as variações de mercado e manter resultados sólidos.

O Itaú BBA mantém sua recomendação “outperform” para as ações da JBS, com um preço-alvo de 39 reais. Na terça-feira, por volta de 12h20, as ações da JBS estavam sendo negociadas a 36,85 reais, com alta de 1,9%, posicionando-se entre os maiores ganhos do Ibovespa, que operava de forma estável. A recomendação positiva e o preço-alvo refletem a confiança dos analistas na capacidade da JBS de superar os desafios e alcançar seus objetivos financeiros.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.