Os investimentos brasileiros em ativos no exterior recuperaram terreno em 2023, atingindo a marca de US$ 4,374 bilhões, conforme dados recentes do Banco Central divulgados nesta segunda-feira (5). Esta reviravolta contrasta com o saldo negativo de US$ 142 milhões registrado em 2022.

No ano passado, observou-se uma preferência dos investidores brasileiros por títulos de dívida em detrimento de ações no cenário internacional, impulsionada pelas taxas de juros elevadas nas principais economias, especialmente nos Estados Unidos. Os investimentos em títulos de dívida totalizaram US$ 2,877 bilhões, enquanto as aplicações em ações alcançaram US$ 2,453 bilhões, respectivamente.

Embora o investimento na renda variável no exterior tenha experimentado um aumento significativo de 42,5%, os aportes na renda fixa diminuíram aproximadamente 25% em comparação com o ano anterior. O desempenho do S&P 500, que registrou um aumento de 24% ao longo do ano passado, superando as expectativas de Wall Street, contribuiu para esse cenário positivo. Isso ocorreu em meio à melhora da inflação e à expectativa de cortes de juros ao longo de 2024.

Por outro lado, os investidores brasileiros reduziram significativamente os saques de fundos de investimento internacionais, totalizando US$ 955 milhões em 2023, em comparação com os US$ 5,7 bilhões no exercício anterior, conforme revelam os dados do Banco Central divulgados hoje.

Apesar do retorno aos investimentos positivos no exterior em 2023, o volume ainda está distante do recorde alcançado em 2021, quando atingiu a marca de US$ 15,382 bilhões. Naquela época, a influxo de liquidez nos mercados, impulsionado pelos esforços dos bancos centrais e governos para sustentar as economias durante a pandemia de Covid-19, marcou um cenário excepcional.

Equipe MI

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