Indicado para o BC, Galípolo afirma que “destino econômico deve respeitar vontade democrática”
Nesta terça-feira (4), Gabriel Galípolo, ex-secretário do Ministério da Fazenda, expressou que não é papel de um economista impor sua visão sobre o destino econômico de um país sem considerar a vontade democrática dos representantes políticos eleitos pelo povo. Indicado pelo governo Lula para a Diretoria de Política Monetária do Banco Central, Galípolo deu as […]
Nesta terça-feira (4), Gabriel Galípolo, ex-secretário do Ministério da Fazenda, expressou que não é papel de um economista impor sua visão sobre o destino econômico de um país sem considerar a vontade democrática dos representantes políticos eleitos pelo povo.
Indicado pelo governo Lula para a Diretoria de Política Monetária do Banco Central, Galípolo deu as declarações durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Na ocasião, o mesmo afirmou que o economistas costumam usar argumentos técnicos para restringir o debate econômico e impedir a participação democrática. Segundo ele, a determinação do destino econômico da sociedade deve ser feita pelo poder eleito democraticamente, ou seja, pelos representantes eleitos nas urnas.
Galípolo também mencionou que os diretores do Banco Central devem acatar a legislação, sem opinar sobre a autonomia da instituição.
As indicações de Galípolo e Ailton de Aquino Santos – cotado para integrar a Diretoria de Fiscalização do Banco Central – serão votadas pela CAE e, posteriormente, pelo plenário do Senado.
Falas do governo sobre taxas de juros
Críticas à taxa básica de juros, a Selic, e ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, têm sido feitas pelo presidente Lula, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, por ministros e por outros membros do governo de maneira recorrente.
O governo acredita que a taxa atual da Selic, 13,75% ao ano, está prejudicando os investimentos e o crescimento econômico.
Cenário político
No contexto político atual, a análise das indicações do governo ocorre em meio a discussões no Congresso Nacional. Principalmente sobre o novo conjunto de medidas fiscais propostas pelo governo, conhecido como novo marco fiscal. As medidas têm como objetivo equilibrar as finanças públicas, substituindo o teto de gastos e desvinculando o crescimento das despesas do governo da inflação, passando a vinculá-lo ao crescimento da arrecadação.
O governo argumenta que esse novo conjunto de medidas permitirá o equilíbrio das contas públicas, a garantia de investimentos e a redução da taxa de juros. Embora o texto já tenha passado pela Câmara dos Deputados, ele foi modificado pelos senadores e agora precisa ser analisado novamente pelos deputados. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), espera que o projeto seja votado ainda nesta semana.
Quem é Gabriel Galípolo
Gabriel Galípolo é graduado em ciências econômicas e ocupava o cargo de secretário-executivo no Ministério da Fazenda. Ele era o segundo em comando na hierarquia do ministério e desempenhava um papel de confiança como o principal assessor do ministro Fernando Haddad.