A produção agrícola brasileira enfrenta desafios significativos em 2024, com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisando para baixo a estimativa da safra de cereais, leguminosas e oleaginosas para 295,9 milhões de toneladas em junho, uma queda de 0,3% em relação ao prognóstico anterior de maio.

Desde o início do ciclo de plantio, a safra tem sido impactada por condições climáticas adversas, conforme destacado por Alfredo Guedes, gerente de agricultura do IBGE. A falta de chuvas e as temperaturas elevadas afetaram severamente várias regiões, com destaque para o Rio Grande do Sul, onde chuvas excessivas e inundações complicaram ainda mais o panorama agrícola.

Impacto climático na safra

Alfredo Guedes ressaltou que as condições climáticas desfavoráveis resultaram em dificuldades significativas para os agricultores desde o início do plantio. As altas temperaturas e a escassez de chuvas afetaram negativamente o desenvolvimento das lavouras, com consequências diretas na produtividade esperada para 2024. Esses desafios foram exacerbados por inundações no Rio Grande do Sul, exacerbando as perdas e desafios logísticos na região.

Variação por cultura e região

Estados como Minas Gerais, Paraná e Bahia foram particularmente afetados pelas condições climáticas adversas, resultando em reduções significativas nas estimativas de produção. Em contrapartida, houve um aumento na produção de arroz em Tocantins, refletindo adaptações regionais às condições climáticas variáveis.

Desafios específicos por cultura

O algodão emergiu como uma exceção positiva, registrando um aumento na produção devido ao incremento significativo na área plantada. Da mesma forma, o trigo apresentou um crescimento modesto, beneficiando-se de comparações favoráveis com a safra anterior, que foi severamente impactada por condições climáticas adversas.

Estimativas de produção por cultura

As projeções para as principais culturas como soja, milho e arroz foram revisadas para refletir quedas na produção em comparação ao ano anterior. A soja, por exemplo, espera-se que registre uma produção de 146,8 milhões de toneladas, representando uma redução de 3,4% em relação ao ano anterior, enquanto o milho deve ter uma queda de 13,3%, alcançando 113,7 milhões de toneladas.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.