Greve de auditores fiscais ameaça movimentação de cargas e comércio exterior
A greve dos auditores fiscais federais, iniciada em 26 de novembro, pode comprometer a movimentação de mercadorias nos principais portos brasileiros, como o Porto de Santos, afetando diretamente o comércio exterior.
A greve dos auditores fiscais federais, iniciada em 26 de novembro, ameaça afetar de maneira significativa a liberação de mercadorias nos principais portos do Brasil, incluindo o Porto de Santos, o maior da América Latina. Os auditores, que desempenham papel crucial na inspeção de cargas e na determinação de impostos sobre importações e exportações, estão em uma mobilização nacional, que já inclui paralisações contínuas. O movimento é motivado por um protesto em busca de melhores condições salariais e já começa a gerar preocupações entre importadores, exportadores e comerciantes de commodities agrícolas.
Desde terça-feira (26), os auditores fiscais federais, que operam principalmente nas alfândegas, iniciaram uma greve nacional por tempo indeterminado. A decisão de intensificar o movimento foi formalizada pelo sindicato da categoria, que anunciou que a mobilização incluirá um protesto em Brasília na próxima semana, como parte da pressão para que o governo atenda às suas reivindicações salariais. O principal ponto de insatisfação é o atraso no reajuste do vencimento básico, que acumula perdas inflacionárias desde 2016. A greve já afeta diretamente a movimentação de mercadorias e, em breve, pode comprometer ainda mais o comércio exterior brasileiro.
Como a greve afeta o comércio exterior?
Os auditores fiscais desempenham um papel fundamental na fiscalização de cargas nas fronteiras, nos portos e nos aeroportos, sendo responsáveis pela inspeção de mercadorias que entram ou saem do país. Além disso, eles determinam os impostos sobre importações e exportações, o que torna o seu trabalho essencial para a operação do comércio exterior.
A greve compromete a agilidade com que as mercadorias são liberadas nos portos e aeroportos, gerando atrasos nas operações de importação e exportação. Isso pode afetar negativamente o fluxo de bens essenciais, como commodities agrícolas, máquinas e bens de capital. O Porto de Santos, por exemplo, sendo o maior porto da América Latina, tem uma função estratégica para a economia brasileira, e qualquer interrupção em suas atividades pode ter um impacto significativo no setor logístico e nas cadeias de suprimentos internacionais.
Por que os auditores fiscais entraram em greve?
A principal motivação para a greve é o não reajuste dos vencimentos dos auditores fiscais, que, segundo o sindicato da categoria, estão acumulando perdas inflacionárias desde 2016. De acordo com Isac Falcão, presidente do Sindifisco Nacional, a situação é insustentável, pois, além da defasagem salarial, a categoria não aceita tratamento desigual em relação a outras classes de servidores públicos.
“O governo tem uma obrigação a cumprir com os Auditores-Fiscais e está inadimplente. Vamos, mais uma vez, com a força da nossa categoria mobilizada, fazer valer nossos direitos”, declarou Falcão, destacando a insatisfação generalizada entre os profissionais da Receita Federal.
A mobilização dos auditores começou em julho, com uma série de reivindicações para a abertura de negociações salariais. Em outubro, a greve escalou para paralisações de 24 e 48 horas, e, em novembro, a categoria passou a realizar greves de 48 horas todas as terças e quartas-feiras, como forma de pressionar o governo a resolver a questão.