Golpe do falso financiamento em Brasília: quadrilha causa prejuízo de R$ 330 mil
A Polícia Civil do Distrito Federal desmantelou uma quadrilha especializada no golpe do falso financiamento, que causou um prejuízo de R$ 330 mil a vítimas endividadas com crédito consignado.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desmantelou, na manhã desta terça-feira (15/4), uma quadrilha responsável pelo golpe do falso financiamento, que já causou um prejuízo estimado de R$ 330 mil a pelo menos cinco vítimas em Brasília. A operação, batizada de Operação Coworking, resultou na prisão de um homem de 32 anos, acusado de ser o sócio-administrador de uma empresa de fachada usada para aplicar o golpe. O caso revela a crescente preocupação com fraudes financeiras na capital do país, especialmente entre pessoas endividadas com crédito consignado.
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O que é o golpe do falso financiamento?
O golpe do falso financiamento é uma fraude financeira em que golpistas se apresentam como empresas de empréstimos ou correspondentes bancários e oferecem um “novo financiamento” com promessas de condições vantajosas, como descontos nas dívidas de crédito consignado. As vítimas, geralmente pessoas que já estão enfrentando dificuldades financeiras, acreditam nas falsas promessas e transferem o valor para as contas dos golpistas. No entanto, após o pagamento, o empréstimo nunca é concedido, e a dívida original permanece, com as vítimas agora enfrentando uma nova cobrança.
Em Brasília, pelo menos cinco pessoas caíram na fraude, resultando em um prejuízo de R$ 330 mil. As investigações apontam que os criminosos utilizavam uma empresa de fachada que agia como um suposto correspondente bancário. Por meio dessa empresa, as vítimas eram abordadas com a proposta de um novo empréstimo, que supostamente reduziria o valor das suas dívidas de crédito consignado.
Operação Coworking: A ação da Polícia Civil
A Operação Coworking foi coordenada pela 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho II) e cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão nas regiões de Águas Claras, Taguatinga e Riacho Fundo II. Um mandado de prisão foi cumprido, resultando na detenção do homem de 32 anos, que foi identificado como o sócio-administrador da empresa de fachada. A operação também resultou na apreensão de documentos e outros materiais que ajudaram a reforçar as investigações sobre o esquema fraudulento.
A ação foi autorizada pela Vara Criminal e do Tribunal do Júri de Brazlândia, com o objetivo de desmantelar o esquema criminoso e proteger outras possíveis vítimas de fraudes semelhantes. A operação é parte de um esforço contínuo da PCDF para combater fraudes financeiras na região.
Como os golpistas agiam
De acordo com as investigações da polícia, a quadrilha usava uma estratégia muito persuasiva para enganar as vítimas. A empresa de fachada oferecia condições atrativas de crédito, prometendo reduzir o valor das dívidas de crédito consignado em até 20%. Com essa promessa de alívio financeiro, muitas pessoas endividadas caíam no golpe, transferindo os valores exigidos para as contas dos golpistas.
Após o pagamento, as vítimas ficavam sem respostas, com os golpistas desaparecendo e deixando-as com a falsa sensação de que haviam resolvido suas pendências financeiras. No entanto, as dívidas reais não eram quitadas, e as vítimas acabavam com uma nova dívida, gerada pela promessa de financiamento. Esse golpe não apenas prejudicou financeiramente as vítimas, mas também causou um grande impacto emocional, pois muitas delas já enfrentavam dificuldades devido à situação do crédito consignado.
O impacto do golpe e a atuação das autoridades
A atuação rápida da Polícia Civil evitou que mais pessoas fossem prejudicadas por esse golpe. O homem preso foi indiciado por fraude eletrônica, um crime que pode levar a penas de 4 a 8 anos de prisão, além de outras possíveis sanções. O trabalho da PCDF tem sido crucial para proteger consumidores vulneráveis, especialmente em tempos de instabilidade econômica, quando muitas pessoas recorrem a empréstimos e financiamentos na tentativa de resolver seus problemas financeiros.
A investigação continua, e as autoridades estão apurando se há outros membros da quadrilha envolvidos no esquema. A polícia também está analisando a possibilidade de outras empresas fraudulentas estarem operando na mesma região, com o objetivo de desarticular toda a rede criminosa e evitar que novos golpes sejam aplicados.