Gestores apostam em alta da Selic para 10,75% e aumentam posição na B3
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central está prestes a tomar uma decisão crucial sobre a taxa Selic, que atualmente está em 10,50% ao ano. A reunião, marcada para esta quarta-feira (18), é esperada com a previsão de um aumento de 0,25 ponto percentual, elevando a Selic para 10,75%.

A decisão do Copom de elevar a taxa Selic para 10,75% tem gerado um consenso entre os gestores de fundos multimercados. A pesquisa conduzida pela XP entre 9 e 13 de setembro com 30 gestores mostra que há uma expectativa generalizada de aumento de 0,25 ponto percentual na Selic. Este ajuste é visto como uma resposta necessária às atuais condições econômicas e pressões inflacionárias.
Além da expectativa imediata, as projeções para o final do ano variam. Metade dos gestores acredita que a Selic pode atingir 11,75% até o final de 2024, enquanto os demais projetam taxas entre 11% e 12%. Essas variações refletem incertezas sobre o futuro econômico e as políticas monetárias que serão adotadas.
As recentes pressões cambiais estão afetando as previsões de inflação (IPCA). Em junho, a expectativa para o IPCA estava em 3,8%, mas foi revista para 4,30% em setembro. Esse ajuste nas projeções é um reflexo direto das mudanças nas condições do mercado e da política monetária, e indica que o Banco Central pode adotar uma abordagem mais agressiva para controlar a inflação.
No mercado de juros, houve um aumento na posição neutra em Juros Real (+19 p.p.), com uma redução similar tanto nas posições tomadas quanto aplicadas. Isso sugere uma abordagem cautelosa por parte dos gestores em relação às flutuações das taxas de juros.
Em termos de câmbio, a pesquisa da XP destaca uma redução nas posições compradas em dólar, indicando uma expectativa de enfraquecimento da moeda americana. Simultaneamente, houve um aumento na posição neutra em relação ao iene japonês e às moedas emergentes. Esse movimento reflete uma estratégia dos gestores para ajustar suas carteiras às condições econômicas globais em evolução.
Apesar das incertezas fiscais e do aperto monetário, a pesquisa revela que 76% dos gestores estão ampliando suas posições na bolsa brasileira, em comparação com 73% no levantamento de julho. Esse aumento na alocação é impulsionado por um desempenho econômico robusto e pelos avanços tecnológicos no mercado financeiro.
A alocação em bolsas globais também está em ascensão, com posições compradas aumentando de 60% para 67%. Esse crescimento reflete uma visão positiva sobre o desempenho das economias internacionais e a confiança nas tendências tecnológicas que estão moldando os mercados globais.