O fundo imobiliário Mogno Hotéis (MGHT11) experimentou uma recuperação impressionante na bolsa brasileira hoje, com suas cotas subindo mais de 39%, negociadas a R$ 22,77. Esse otimismo do mercado está fortemente ligado à expectativa de que o fundo venha a receber os valores devidos pela Selina Brazil Hospitalidades e à recente aquisição dos ativos da Selina Hospitality PLC pela Collective. Esta notícia gera novas esperanças para o fundo, que sofreu um calote significativo que impactou diretamente seus dividendos e portfólio.

O Mogno Hotéis (MGHT11) enfrentou um período turbulento recentemente, com um calote em julho que afetou severamente quase todo o seu portfólio e causou uma queda acentuada nos dividendos. A Selina Brazil Hospitalidades, que está em débito com Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) que representam 53% do patrimônio líquido do fundo, e as locatárias dos Hotéis Selina nas unidades da Vila Madalena e Búzios, que compõem 52% do portfólio do fundo, não realizaram os pagamentos esperados. Esse não cumprimento das obrigações financeiras resultou em um impacto negativo profundo nos rendimentos do fundo.

O novo desenvolvimentou surge com a notícia de que a Collective, uma empresa controlada pelo Destination Group e com ampla experiência no setor hoteleiro, adquiriu os ativos da Selina Hospitality PLC. A expectativa é que essa aquisição leve a uma solução mais eficiente para a inadimplência, restaurando assim a saúde financeira do fundo. A Collective está atualmente empenhada na revisão detalhada dos dados e na busca pela melhor solução para regularizar a situação das dívidas e dos aluguéis em atraso.

A inadimplência dos CRIs e dos aluguéis teve um impacto significativo no Mogno Hotéis (MGHT11). A gestão do fundo informou que a inadimplência resultou em uma perda aproximada de R$ 0,527 por cota, o que levou a uma queda dramática de cerca de 71% nos dividendos distribuídos em julho. O fundo possuía uma reserva de caixa para distribuição de R$ 0,49 por cota na base de dados de maio deste ano. Os imóveis de Búzios, que são garantidos por um CRI emitido através da Sociedade de Propósito Específico (SPE) The Pearl Hotel, estão enfrentando dificuldades adicionais. Se a inadimplência continuar, o CRI pode ser antecipadamente vencido, obrigando a SPE a recomprar os créditos imobiliários envolvidos.

A Collective, com mais de 28 anos de experiência no setor hoteleiro e uma gestão reconhecida pelo Destination Group, está atualmente nos “estágios iniciais de compilação de dados” e revisando todos os aspectos do negócio. A empresa está comprometida em encontrar a melhor solução para resolver as questões de inadimplência que afetam tanto os aluguéis quanto os CRIs devidos ao fundo Mogno Hotéis (MGHT11). A Collective visa estabilizar a situação financeira e restaurar a confiança dos investidores no fundo.

O Seu Dinheiro entrou em contato com a Valora, responsável pela gestão do Mogno Hotéis, e a Selina Hospitality PLC para obter um posicionamento oficial sobre a situação. No entanto, até o momento da publicação desta matéria, não houve resposta das empresas. A reportagem será atualizada assim que novos posicionamentos forem disponibilizados.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.