Eletronuclear planeja financiar conclusão de Angra 3 com prazo de até 20 anos
A Eletronuclear está em processo de planejar o financiamento para a conclusão da usina nuclear Angra 3, um projeto monumental que demanda cerca de R$ 20 bilhões. A estatal pretende levantar a maior parte desse montante por meio de um “pool” de bancos, com um prazo de pagamento que pode se estender por até 20 anos. A informação foi divulgada pelo presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, durante um evento no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro.
A Eletronuclear está preparando um plano financeiro robusto para garantir a conclusão da usina nuclear Angra 3. Com um custo estimado de R$ 20 bilhões, a empresa busca financiar o projeto através de uma operação envolvendo um “pool” de bancos, o que permitirá uma captação significativa de recursos. O prazo de pagamento do financiamento está projetado para se estender entre 16 e 20 anos. Lycurgo destacou que a conclusão de Angra 3 é uma prioridade, e a captação dos recursos será essencial para o avanço do projeto.
Antes que qualquer movimentação financeira possa ser concretizada, a retomada das obras de Angra 3 será discutida pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A reunião está prevista para setembro, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já indicou que a continuidade do projeto será um ponto central na agenda do CNPE. Esta discussão é crucial para definir os próximos passos e assegurar que todas as partes interessadas estejam alinhadas com o futuro do empreendimento.
Lycurgo também mencionou os custos envolvidos caso a decisão seja pela desistência do projeto. Segundo ele, abandonar Angra 3 significaria uma perda de R$ 14 bilhões já investidos, além dos custos adicionais para desmontar a usina. Portanto, o valor necessário para concluir Angra 3 é estimado em um pouco mais de R$ 20 bilhões. Esse montante reflete a complexidade e a escala do projeto, que já avançou significativamente, mas ainda requer um investimento substancial para sua conclusão.
O financiamento de Angra 3 será majoritariamente obtido através de uma captação no mercado com um “pool” de bancos. No entanto, Lycurgo não forneceu detalhes sobre como essa operação pode impactar os consumidores finais. A estrutura financeira planejada visa garantir que a conclusão do projeto seja viável sem sobrecarregar o orçamento da estatal.
Além da conclusão de Angra 3, a Eletronuclear tem outra prioridade: investir R$ 3 bilhões até 2027 para prolongar a vida útil da usina de Angra 1 por mais 20 anos. Este investimento visa assegurar a operação contínua da usina, que já completou 67% de sua obra civil desde o início do projeto na década de 1980. A extensão da vida útil de Angra 1 é vista como uma parte crucial da estratégia da Eletronuclear para manter a estabilidade e a confiabilidade da energia nuclear no Brasil.