O comércio eletrônico no Brasil passou por um crescimento impressionante nos últimos sete anos, saltando 286% em vendas. Essa expansão levou as receitas do setor de R$ 53 bilhões em 2016 para R$ 205 bilhões em 2023, conforme revelado por um estudo da FecomercioSP. O aumento expressivo demonstra o crescente apelo do e-commerce entre os consumidores brasileiros, refletindo mudanças nos hábitos de compra e uma adaptação às novas tecnologias.

O crescimento do comércio eletrônico não foi uniforme em todo o país. Alagoas, Goiás e Mato Grosso destacaram-se como os estados com os maiores aumentos nas vendas online. Em Alagoas, as receitas do e-commerce saltaram de R$ 383 milhões em 2016 para R$ 2 bilhões em 2023, resultando em uma impressionante alta de 436,9%. Goiás também mostrou um desempenho robusto, com vendas aumentando de R$ 1,2 bilhão para R$ 6,2 bilhões, representando um crescimento de 399%. O Mato Grosso fechou o pódio, registrando um aumento de aproximadamente 374%, com vendas subindo de R$ 716,90 milhões para R$ 3,4 bilhões.

Por outro lado, o Acre e Roraima apresentaram os menores aumentos no comércio eletrônico, com o Acre crescendo apenas 170% e Roraima, 238%. Essa disparidade no crescimento entre os estados evidencia a influência de fatores regionais e logísticos nas vendas online.

Um dos principais obstáculos enfrentados por estados do Norte do Brasil é a falta de infraestrutura logística adequada. Segundo a FecomercioSP, nenhum estado da região ultrapassou R$ 1 bilhão em vendas online desde 2016, devido a problemas como estradas em péssimas condições e dificuldades de acesso em áreas rurais. Esses desafios não apenas encarecem o frete, mas também tornam os produtos menos competitivos em comparação com os vendidos em regiões com melhor infraestrutura.

O Rio de Janeiro, embora seja o terceiro maior mercado consumidor do comércio eletrônico, viu suas receitas crescerem apenas 226% entre 2016 e 2023. Esse aumento é significativamente menor do que a média nacional. O estado enfrenta desafios logísticos e de segurança, como o alto índice de ocorrências de roubo de cargas, o que impacta a entrega de mercadorias, especialmente para a capital.

O comércio eletrônico brasileiro experimentou um crescimento explosivo durante a pandemia, com um aumento de 80,9% entre 2019 e 2020. No entanto, esse crescimento começou a desacelerar nos anos seguintes. Em 2021, as vendas cresceram 34,1% em relação ao ano anterior, enquanto em 2022, a alta foi de apenas 9,9%. Em 2023, as vendas online alcançaram R$ 205 bilhões, representando um crescimento modesto de apenas 0,2%.