Confiança da construção alcança máximo desde fevereiro, revela FGV
O Índice de Confiança da Construção (ICST) registrou um aumento significativo em julho, atingindo 97,3 pontos, o maior nível desde fevereiro deste ano. A elevação de 0,9 ponto no índice reflete uma recuperação contínua no setor, conforme divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Este crescimento marca a continuidade de uma tendência positiva, com a média […]
O Índice de Confiança da Construção (ICST) registrou um aumento significativo em julho, atingindo 97,3 pontos, o maior nível desde fevereiro deste ano. A elevação de 0,9 ponto no índice reflete uma recuperação contínua no setor, conforme divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Este crescimento marca a continuidade de uma tendência positiva, com a média móvel trimestral também apresentando um avanço de 0,7 ponto.
Os principais índices que compõem o ICST apresentaram variações distintas em julho. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) permaneceu estável em 95,5 pontos, indicando uma avaliação constante sobre as condições atuais do setor. Em contraste, o Índice de Expectativas (IE-CST) subiu 1,8 ponto, alcançando 99,3 pontos. Este aumento no Índice de Expectativas sugere uma visão mais otimista sobre os próximos meses.
A alta registrada no ICST em julho foi impulsionada exclusivamente pela melhoria nas expectativas futuras. A avaliação sobre a situação corrente do setor, embora estável, não contribuiu para o crescimento do índice. Isso demonstra uma confiança renovada dos empresários em relação ao futuro, apesar da manutenção do status quo na avaliação atual.
Dentro do Índice de Situação Atual, dois componentes apresentaram desempenhos opostos. O indicador de Situação Atual dos Negócios avançou 1,0 ponto, alcançando 95,2 pontos. No entanto, o indicador de Volume de Carteira de Contrato recuou 1,1 ponto, situando-se em 95,7 pontos. Esta discrepância sugere que, enquanto a confiança nos negócios melhorou, a percepção sobre a carteira de contratos não seguiu a mesma tendência positiva.
Os componentes do Índice de Expectativas também mostraram resultados distintos. O Indicador de Tendência dos Negócios para os próximos seis meses subiu 3,1 pontos, alcançando 97,8 pontos. Por outro lado, o Indicador de Demanda Prevista para os próximos três meses aumentou 0,5 ponto, totalizando 100,8 pontos. Esses dados refletem uma expectativa geral positiva para o setor, especialmente em relação à demanda futura.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção apresentou uma leve queda de 0,6 ponto percentual, reduzindo-se para 79,5%. As subcategorias de Mão de Obra e Máquinas e Equipamentos também mostraram retrações, de 0,7 e 0,3 ponto percentual, respectivamente. Essa diminuição na utilização da capacidade pode indicar uma desaceleração nas atividades, apesar do aumento na confiança.
Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do FGV/Ibre, comentou que a interrupção na queda da taxa Selic não teve um impacto negativo significativo na confiança do setor. Ela observou que o segundo semestre começou com uma recuperação nas expectativas empresariais, abrangendo os três segmentos principais da construção: edificações, infraestrutura e serviços especializados. Castelo destacou que, apesar de a avaliação atual permanecer em um patamar de pessimismo moderado, o setor continua aquecido, e as empresas estão otimistas quanto ao ciclo de crescimento futuro.