China e Brasil avançam em plano de paz para Ucrânia, ignorando críticas de Zelensky
China e Brasil estão liderando um esforço para criar um plano de paz para a Ucrânia, reunindo dezessete países durante a Assembleia Geral da ONU. Apesar das críticas do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que considera a iniciativa como uma forma de favorecer Moscou, os representantes enfatizaram a importância de um diálogo internacional e a amizade entre Rússia e Ucrânia como soluções viáveis para o conflito.
A busca por uma solução pacífica para o conflito entre Rússia e Ucrânia ganhou um novo impulso com o compromisso contínuo de China e Brasil em promover um plano de paz. Este esforço foi evidenciado em uma reunião realizada na última sexta-feira, 27 de setembro, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, onde dezessete países se uniram para discutir alternativas à guerra. A iniciativa, no entanto, enfrentou resistência, especialmente do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que questionou a validade da proposta.
Na reunião em Nova York, os representantes da China e do Brasil, liderados pelo ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, e pelo assessor de política externa do Brasil, Celso Amorim, destacaram a necessidade urgente de prevenir uma escalada da guerra. Wang enfatizou a importância de evitar o uso de armas de destruição em massa e de proteger usinas nucleares, reafirmando que a amizade entre Rússia e Ucrânia é a única solução viável para a situação.
Além de China e Brasil, países como Indonésia, África do Sul e Turquia também participaram do encontro, onde foi assinada uma declaração fundamentada em um plano anterior de seis pontos que foi proposto em maio.
A reunião ocorreu em um contexto global tenso, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, um espaço tradicionalmente utilizado para discussões diplomáticas e esforços de paz. A escolha do local reforça a relevância internacional da questão e a urgência da situação na Ucrânia.
A proposta em andamento envolve a formação de um grupo de “amigos pela paz”, que continuará a se reunir em Nova York. Este grupo é composto por países do Sul Global que buscam uma abordagem alternativa ao conflito, destacando a importância de uma conferência internacional de paz que inclua tanto a Rússia quanto a Ucrânia. Essa abordagem visa criar um ambiente propício ao diálogo e à resolução pacífica do conflito, em contraste com as alternativas ocidentais que têm sido predominantes.
Wang Yi, durante a reunião, mencionou que a comunidade internacional deve apoiar os esforços de paz e que a colaboração entre os países em desenvolvimento é essencial para criar uma solução que reflita as necessidades e preocupações de todas as partes envolvidas.
A importância do plano de paz proposto por China e Brasil reside na busca por uma resolução pacífica que evite mais perdas humanas e a destruição de infraestrutura na Ucrânia. O presidente ucraniano Zelensky, em sua crítica ao plano, expressou preocupações de que propostas que não tenham uma convicção clara poderiam dar à Rússia a oportunidade de continuar sua agressão.
Zelensky argumentou que a proposta de alternativas ao seu próprio plano de paz poderia enfraquecer a posição da Ucrânia e permitir que a Rússia mantivesse sua influência na região. No entanto, Amorim, ao ser questionado sobre os comentários de Zelensky, defendeu a posição brasileira ao afirmar que o objetivo não é responder a Zelensky ou Putin, mas sim propor um caminho viável para a paz.
O cenário de tensões entre Rússia e Ucrânia não é recente. O presidente Xi Jinping da China e Vladimir Putin da Rússia já haviam assinado um acordo de parceria “sem limites” em 2022, semanas antes do início da invasão russa à Ucrânia. Desde então, a Rússia tem enfrentado sanções econômicas e isolamento diplomático, enquanto a China, por sua vez, busca manter uma posição neutra e reforçar suas relações com países em desenvolvimento.
Os países ocidentais, por sua vez, acusam a China de fornecer suporte indireto à Rússia, com a alegação de que empresas chinesas estão contribuindo para a fabricação de armamentos utilizados no conflito. Essa dinâmica coloca a China em uma posição delicada, à medida que tenta equilibrar suas relações comerciais e políticas.
Os próximos passos do grupo de amigos pela paz, formado durante a reunião em Nova York, são cruciais para a continuidade do diálogo sobre o conflito na Ucrânia. A busca por um consenso que inclua todas as partes envolvidas é fundamental para evitar mais escaladas de violência.