O Canadá está se posicionando firmemente no cenário global de comércio ao implementar novas tarifas contra produtos chineses. O primeiro-ministro Justin Trudeau revelou que o país imporá uma tarifa de 100% sobre a importação de veículos elétricos da China, além de uma sobretaxa de 25% sobre aço e alumínio provenientes do país asiático. Estas medidas marcam uma resposta contundente às práticas comerciais da China e alinhamento estratégico com outras economias ocidentais. 

A decisão de impor uma tarifa de 100% sobre veículos elétricos fabricados na China é uma das mais significativas adotadas pelo Canadá recentemente. A medida visa enfrentar práticas comerciais que o governo canadense considera desiguais e prejudiciais para o mercado local. “Acho que todos nós sabemos que a China não está jogando pelas mesmas regras”, afirmou Trudeau, enfatizando a necessidade de ação coordenada com outras economias globalmente influentes.

Esta tarifa surge em resposta a uma consulta pública de 30 dias que o Canadá realizou sobre a importação de veículos elétricos chineses. A consulta visou avaliar o impacto dessas importações no setor automotivo canadense e coletar opiniões sobre a necessidade de medidas adicionais para proteger a indústria nacional.

Criação de sobretaxa de 25% sobre aço e alumínio da China

Além das tarifas sobre veículos elétricos, o Canadá implementará uma sobretaxa de 25% sobre aço e alumínio provenientes da China. Esta decisão faz parte de uma abordagem mais ampla para lidar com as práticas comerciais chinesas que o governo canadense considera desleais. A sobretaxa afetará uma gama de produtos industriais, impactando significativamente os setores de construção e manufatura no Canadá.

Essas medidas buscam nivelar o campo de jogo para os produtores canadenses e garantir que o país mantenha uma posição competitiva no mercado global. A sobretaxa segue uma tendência crescente de restrições comerciais contra produtos chineses, refletindo uma postura mais assertiva por parte de várias economias desenvolvidas.

Alinhamento com EUA e União Europeia

As novas tarifas do Canadá alinham o país com políticas comerciais adotadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Esta sincronia reflete um esforço coordenado entre as principais economias ocidentais para enfrentar práticas comerciais que consideram injustas. Os Estados Unidos, por exemplo, já anunciaram planos para aumentar suas tarifas sobre produtos chineses, enquanto a União Europeia tem adotado medidas similares para proteger suas indústrias locais.

O alinhamento com essas economias pode fortalecer a posição do Canadá em negociações comerciais internacionais e garantir uma abordagem mais coesa na resposta a desafios comerciais globais.

Consulta pública e pressão interna

A imposição das novas tarifas segue uma consulta pública realizada pelo governo canadense, que durou 30 dias e focou em veículos elétricos chineses e produtos relacionados. Essa consulta foi uma resposta a uma crescente pressão interna para que o Canadá adotasse medidas mais rígidas contra práticas comerciais da China. O governo canadense estava sob intensa pressão para proteger a indústria nacional e garantir que o país não fosse prejudicado pela concorrência desleal.

A pressão interna também reflete uma preocupação mais ampla com a dependência de produtos chineses e a necessidade de diversificar as cadeias de suprimentos globais para reduzir vulnerabilidades econômicas.

Posicionamento estratégico do Canadá

O Canadá está buscando se posicionar como um centro estratégico na cadeia de suprimentos global de veículos elétricos. O país fechou acordos bilionários com fabricantes de automóveis europeus para fortalecer seu setor de produção e atrair investimentos significativos. Essas tarifas são vistas como parte de uma estratégia mais ampla para consolidar o papel do Canadá como um jogador crucial na indústria de veículos elétricos e reforçar sua capacidade de competir no mercado global.

Possível anúncio dos EUA

Espera-se que os Estados Unidos revelem seus planos finais para o aumento das tarifas nesta semana, conforme anunciado pelo presidente Joe Biden no início do ano. As ações dos EUA serão acompanhadas de perto, pois poderão influenciar ainda mais as políticas comerciais globais e impactar a economia canadense. 

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.