A Braskem (BRKM5) emitiu uma declaração negando qualquer conhecimento ou envolvimento em uma possível indicação do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, para se tornar um dos membros efetivos de seu Conselho de Administração. Esta negativa vem após especulações levantadas pela agência de notícias Bloomberg, que sugeriu que Mantega poderia ser sondado pelo governo federal para integrar o conselho da petroquímica.

Em comunicado oficial, a Braskem ressaltou que sua Assembleia Geral Ordinária ocorreu em 29 de abril, e todos os membros do Conselho já foram eleitos durante esse evento. Portanto, qualquer indicação posterior de novos membros do Conselho seria incompatível com o processo eleitoral já realizado.

Sondagem de Mantega para conselho da Braskem e Vale: uma oferta controversa

Segundo relatos da Bloomberg, Guido Mantega teria sido sondado pelo governo federal para assumir uma posição no conselho da Braskem. Mantega, por sua vez, teria expressado disposição em aceitar essa indicação, desde que fosse aprovada pelos acionistas da empresa. Além disso, seu nome também foi mencionado em especulações sobre o cargo de CEO na Vale (VALE3).

A possível inserção de Mantega em posições de destaque em empresas de grande porte gerou controvérsias. Em resposta às críticas e à reação negativa do público, Mantega teria, posteriormente, desistido da ideia de se tornar CEO da Vale. Essa decisão foi tomada após especulações de que a iniciativa teria partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que foi prontamente negado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

A crise de sucessão na Vale

A suposta indicação de Mantega para a presidência da Vale ocorreu em meio a uma crise de sucessão que assolou a mineradora. Esta crise teve início quando acionistas importantes passaram a divergir sobre a substituição ou a manutenção do atual presidente, Eduardo de Salles Bartolomeo. Em março, o conselho da Vale decidiu prorrogar o mandato de Bartolomeo, inicialmente previsto para terminar em maio, até o final do ano.

A crise na sucessão reflete as complexidades e desafios enfrentados pela Vale, uma das maiores empresas do setor de mineração do mundo. Acionistas de peso, como Cosan (CSAN3), Previ, Mitsui e outros, expressaram opiniões divergentes sobre o futuro da liderança da empresa, o que contribuiu para a instabilidade e a incerteza no processo de sucessão.

A contratação da consultoria internacional Russell Reynolds pela Vale demonstra o esforço da empresa em buscar soluções para a crise de sucessão e garantir uma transição tranquila e eficiente na liderança da companhia.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.