BC eleva projeção de crescimento do PIB para 2024
O Banco Central do Brasil elevou sua projeção de crescimento do PIB para 2024 de 2,3% para 3,2%, conforme divulgado no Relatório Trimestral de Inflação. Essa revisão é atribuída a resultados melhores do que o esperado no segundo trimestre de 2023.
O Banco Central do Brasil (BC) anunciou nesta quinta-feira (26), um aumento significativo em sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024, elevando a estimativa de 2,3% para 3,2%. Esta revisão reflete a performance econômica positiva registrada no segundo trimestre do ano, que superou as expectativas iniciais e indicou uma recuperação mais robusta em diversos setores da economia brasileira.
De acordo com o relatório trimestral de inflação divulgado pelo BC, a nova projeção de crescimento do PIB está respaldada por melhorias nas expectativas para três setores principais: agropecuária, indústria e serviços. O crescimento projetado para a indústria foi ajustado de 2,7% para 3,5%, evidenciando um desempenho otimista nas áreas de transformação, construção e nos serviços de eletricidade, gás, água, esgoto e gestão de resíduos. Essa alta nas expectativas é resultado de resultados positivos no segundo trimestre, que impulsionaram as previsões para o restante do ano.
O setor de serviços, que é essencial para a economia brasileira, teve sua projeção elevada de 2,4% para 3,2%. Essa revisão positiva se deve a uma melhoria nas expectativas de quase todas as atividades, exceto para transporte, armazenagem e correio, que permaneceram inalteradas.
A agropecuária, por sua vez, apresentou uma redução em sua previsão de recuo, passando de uma queda de 2,0% para -1,6%. Essa mudança reflete um aumento nas projeções para a pecuária e a produção florestal, pesca e aquicultura, influenciada por resultados que foram melhores do que os antecipados até o segundo trimestre.
O relatório também trouxe boas notícias sobre a demanda agregada. Todas as estimativas foram revisadas para cima, refletindo uma recuperação no consumo das famílias e do governo, além de um aumento na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede os investimentos.
- Consumo das famílias: A projeção aumentou de 3,5% para 4,5%.
- Consumo do governo: A previsão foi elevada de 1,8% para 2,7%.
- Formação bruta de capital fixo: A estimativa passou de 4,5% para 5,5%.
O Banco Central também traçou projeções para 2025, prevendo um crescimento do PIB de 2,0%. Essa previsão sugere que o crescimento dos componentes da oferta e da demanda deve ser razoavelmente homogêneo, embora, de maneira geral, inferior às expectativas para 2024. As mudanças nas políticas econômicas e a dinâmica do mercado global também podem influenciar essas estimativas.
Apesar das projeções otimistas, o BC ressaltou a necessidade de cautela ao considerar os desafios que ainda podem impactar a economia. O relatório menciona que, embora haja expectativas de crescimento contínuo em setores como construção e indústria de transformação no segundo semestre, isso deve ocorrer em magnitudes menores do que as verificadas no primeiro semestre. Além disso, o setor de energia, água e esgoto deverá enfrentar um recuo, com a previsão de que o aumento na participação de termoelétricas na produção total de energia elétrica poderá afetar a oferta, especialmente devido à escassez de chuvas.