Nesta quinta-feira (11), o Banco da Inglaterra aumentou sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual para 4,5%. Este foi o décimo segundo aumento consecutivo, elevando os custos de empréstimos para o patamar mais alto desde 2008. A medida tem como objetivo conter a inflação, que é a mais rápida entre as grandes economias.

Após uma revisão para cima em relação às projeções sombrias divulgadas em fevereiro, o banco britânico não prevê mais uma recessão. A revisão representa a maior melhora desde que o banco começou a publicar suas previsões em 1997. Além disso, as projeções de crescimento também foram atualizadas para cima.

No entanto, a instituição agora prevê que a inflação irá diminuir em um ritmo mais lento do que o previsto anteriormente, especialmente devido aos aumentos surpreendentemente grandes e persistentes nos preços dos alimentos.

O banco também afirmou que, caso surjam evidências de pressões mais persistentes, serão necessárias medidas adicionais de aperto na política monetária. Essa orientação é a mesma adotada em fevereiro e março.

Expectativa era outra

Uma pesquisa da Reuters na semana passada mostrou que a maioria dos economistas esperava que o Banco da Inglaterra mantivesse os juros inalterados após um aumento de 0,25 ponto percentual em maio, mas os juros futuros antes da decisão desta quinta-feira precificavam um pico de 5% para a taxa de juros neste outono do Hemisfério Norte.

Também na última semana, tanto o Federal Reserve quanto o Banco Central Europeu aumentaram suas taxas de juros de referência em 25 pontos-base. Embora o chair do Fed, Jerome Powell, tenha sugerido uma pausa, a presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que ainda era cedo para parar.

Alta na inflação da Inglaterra

A alta inflação no Reino Unido decorre, em grande parte, vem da forte dependência do país em relação ao gás natural importado para geração de energia, o que o deixa particularmente exposto aos aumentos dos preços da energia, após a invasão da Ucrânia pela Rússia no ano passado.

Os preços da energia tiveram uma queda acentuada, e o banco espera que a inflação caia para 5,1% até o final deste ano, em comparação com os 10,1% registrados em março. Entretanto, essa queda é menor do que a prevista em fevereiro, que era de 3,9%. Além disso, o banco central prevê que a inflação não retornará à meta de 2% até o início de 2025.

Além disso, as previsões mais altas para os preços dos alimentos também adicionaram cerca de 1 ponto percentual à inflação futura em comparação com fevereiro.

A maioria das autoridades do banco considera que há riscos ascendentes “significativos” para essas previsões de inflação. Portanto, mesmo com aumentos adicionais nas taxas de juros em 0,25 ponto ou mais, não se espera que a inflação fique significativamente abaixo da meta em nenhum momento nos próximos anos.

A previsão do Banco da Inglaterra para a economia agora é de crescimento de 0,25% este ano, o que representa uma mudança significativa em relação à previsão anterior de uma contração de 0,5% em fevereiro. Isso se deve em grande parte à queda nos preços da energia, ao estímulo fiscal e à maior confiança tanto dos empresários quanto dos consumidores.

Equipe MI

Equipe de redatores do portal Melhor Investimento.