Azul (AZUL4) enfrenta nova queda após breve recuperação
As ações da Azul (AZUL4) continuam a apresentar volatilidade significativa no mercado financeiro. Nesta sexta-feira (30), os papéis da companhia voltaram a cair após uma breve recuperação. Às 14h (horário de Brasília), a cotação dos ativos AZUL4 registrava uma queda de 2%, situando-se a R$ 5,39. Este movimento ocorre após uma tentativa de recuperação que fez os papéis avançarem cerca de 5% no início da sessão, seguindo uma expressiva desvalorização de 24% na última quinta-feira (29).
O recente declínio nas ações da Azul foi amplificado por um artigo publicado pela Bloomberg, que sugeriu a possibilidade de uma Recuperação Judicial nos Estados Unidos (Chapter 11) e/ou uma oferta de ações. O artigo indicou que a empresa poderia estar considerando medidas drásticas para enfrentar sua situação financeira. Em resposta a essas especulações, a Azul tomou uma posição clara para acalmar o mercado. A companhia afirmou categoricamente que não está avaliando a Recuperação Judicial como uma opção no momento. Em vez disso, a empresa destacou que está envolvida em negociações produtivas com arrendadores para solucionar passivos significativos relacionados a aeronaves, que totalizam US$ 570 milhões.
A Azul também destacou seu foco em encontrar uma solução viável para sua situação financeira sem recorrer a processos judiciais. A empresa está explorando diversas formas de fortalecer sua liquidez e assegurar a estabilidade financeira a longo prazo. Essas iniciativas visam garantir que a Azul continue operando de forma eficiente, mesmo diante dos desafios financeiros atuais.
Para enfrentar os desafios financeiros e reforçar sua posição de liquidez, a Azul está implementando várias estratégias. A companhia planeja emitir novos títulos para levantar capital e buscar um empréstimo significativo do Fundo Garantidor de Infraestrutura (ABGF). Além disso, a Azul contará com um investimento da FNAC, totalizando uma entrada de caixa de quase US$ 1,3 bilhão nos próximos meses. Esses esforços são vistos como fundamentais para a recuperação da Azul e para assegurar a continuidade eficiente das operações da empresa.
As medidas incluem a emissão de US$ 800 milhões em novos títulos, um empréstimo de US$ 209 milhões do ABGF e um aporte de US$ 300 milhões da FNAC. Essas ações visam melhorar a liquidez da empresa e permitir uma gestão mais eficaz das suas obrigações financeiras.
Apesar da instabilidade observada nas ações da Azul, a análise de especialistas financeiros apresenta um panorama misto. O Bradesco BBI manteve sua recomendação de compra para AZUL4, estabelecendo um preço-alvo de R$ 20,00 até o final de 2025, o que demonstra confiança na recuperação a longo prazo da empresa. O Goldman Sachs também reiterou sua recomendação de compra, destacando a potencial valorização dos papéis no futuro.
Por outro lado, o BTG Pactual e a Genial adotaram uma abordagem mais cautelosa, mantendo recomendações neutras em relação às ações da companhia. Essas divergências nas avaliações dos analistas refletem a complexidade e a incerteza do cenário financeiro enfrentado pela Azul.