O futuro da aviação, como a sustentabilidade afeta os preços dos voos
A aviação está em uma jornada rumo à sustentabilidade, enfrentando mudanças que terão impacto direto nos passageiros. O alerta sobre os custos da descarbonização dos voos ecoa há tempos na indústria global da aviação. Agora, com a implementação de medidas como impostos sobre tarifas aéreas e taxas de carbono para os passageiros, os preços das […]

A aviação está em uma jornada rumo à sustentabilidade, enfrentando mudanças que terão impacto direto nos passageiros. O alerta sobre os custos da descarbonização dos voos ecoa há tempos na indústria global da aviação. Agora, com a implementação de medidas como impostos sobre tarifas aéreas e taxas de carbono para os passageiros, os preços das passagens estão sendo inevitavelmente afetados.
Nesse cenário, o combustível de aviação sustentável surge como a principal solução para alcançar as tão necessárias emissões líquidas zero até 2050. Entretanto, sua implementação não é desprovida de desafios. Produzido a partir de óleos usados ou matérias-primas agrícolas, como o etanol, o combustível sustentável tem um custo significativamente mais alto do que o tradicional querosene de aviação. Esse aumento de custo está sendo repassado diretamente aos passageiros, que agora se veem enfrentando não apenas os preços das passagens afetados pela pandemia, mas também um custo adicional para neutralizar a pegada de carbono da aviação.
Nova realidade da aviação sustentável
Diversas companhias aéreas, incluindo a Air New Zealand (NZE: AIR) e a Delta Air Lines (BVMF: DEAI34), estabeleceram metas ousadas para incorporar o combustível sustentável em suas operações, visando reduzir as emissões em até 80%. A Air New Zealand, por exemplo, pretende que o combustível sustentável represente cerca de 20% do seu consumo total até 2030, marcando uma das metas mais ambiciosas do setor. Outras grandes companhias aéreas, como a Delta Air Lines, Cathay Pacific Airways e Qantas Airways, também estão seguindo essa tendência, mirando incorporar pelo menos 10% de combustível sustentável até o final da década.
No entanto, apesar das metas ambiciosas, o desafio financeiro é evidente. A transição da aviação para emissões líquidas zero exigirá investimentos massivos, estimados em até US$ 5 trilhões até 2050, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo. Esses investimentos são cruciais para o desenvolvimento e produção em larga escala do combustível sustentável, bem como para a pesquisa e desenvolvimento de tecnologias que possam tornar a aviação ainda mais sustentável no futuro.
Frente a essa nova realidade, os passageiros se veem diante de um dilema: uma aviação mais sustentável, porém com custos adicionais. O desafio agora é encontrar um equilíbrio entre a necessidade de reduzir as emissões de carbono e a acessibilidade das viagens aéreas. À medida que a indústria e os governos continuam a implementar medidas para alcançar a sustentabilidade, os passageiros podem esperar que os preços das passagens reflitam cada vez mais os custos associados à mitigação das emissões de carbono.