A Argentina registrou uma taxa de inflação que ultrapassou os 211% em 2023, conforme revelado por dados oficiais divulgados nesta quinta-feira (11). Esse índice representa o nível mais elevado desde o início dos anos 1990. O presidente Javier Milei está implementando medidas rigorosas de austeridade para conter a hiperinflação e estabilizar a economia.

No mês de dezembro, a taxa mensal de inflação atingiu 25,5%, ligeiramente abaixo das projeções, após uma significativa desvalorização do peso no mês anterior, coincidindo com a posse do governo de Milei em 10 de dezembro. O novo presidente assumiu com a promessa de controlar a inflação, superando as expectativas, mas ainda enfrentando desafios.

Comparativamente, a Argentina superou a Venezuela, historicamente conhecida por seus altos índices de inflação, registrando cerca de 193% em 2023, após anos de aumentos de preços descontrolados.

Embora a inflação seja um problema persistente na Argentina há anos, a taxa atual é a mais elevada desde a década de 1990, quando o país emergiu de um período de hiperinflação.

O presidente Milei, eleito em meio à insatisfação dos eleitores com a deterioração da situação econômica, está adotando medidas de austeridade rigorosas para combater a inflação, reduzir um déficit fiscal significativo e recuperar as finanças governamentais. No entanto, ele alertou que os resultados podem demorar a aparecer e que a situação pode piorar antes de melhorar. Muitos argentinos já enfrentam dificuldades financeiras, com dois quintos da população vivendo na pobreza.

Após uma desvalorização de mais de 50% na taxa de câmbio oficial decidida por Milei em 13 de dezembro, os setores que mais aumentaram de preço no último mês foram bens e serviços (32,7%), saúde (32,6%), transporte (31,7%) e equipamentos e manutenção doméstica (30,7%), conforme detalhado pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).

Para conter a escalada de preços e enfrentar o déficit nas finanças públicas, Milei implementou medidas como a redução de subsídios para tarifas de energia e transporte, além da suspensão de obras de infraestrutura financiadas pelo Estado que ainda não começaram.

Além disso, o presidente optou por uma desvalorização da moeda superior a 50%, dentro do regime de controle cambial em vigor na Argentina, que envolve diversas taxas de câmbio. O dólar oficial foi cotado a 835 pesos, enquanto o dólar informal, conhecido como “blue”, atingiu 1.120 pesos na quinta-feira (11).

Com informações de Folha