Na última segunda-feira (23), o banco central da China anunciou um abrangente conjunto de medidas para estimular a economia. Essas ações incluem um aumento na liquidez e apoio ao setor imobiliário, que enfrenta sérios desafios. As políticas visam não apenas reanimar o crescimento, mas também aliviar a pressão sobre as famílias e estimular o consumo.

Os economistas da TS Lombard destacaram em uma nota que, embora as medidas aumentem a confiança no curto prazo e ajudem as famílias a gerenciar suas dívidas, elas podem não ser suficientes para estabilizar completamente o mercado imobiliário, que tem enfrentado uma significativa desaceleração. Segundo eles, uma queda substancial no crescimento nominal já está embutida nas expectativas do mercado.

O setor de empresas de luxo na Europa foi um dos principais beneficiários do estímulo chinês. Marcas que dependem do consumo dos chineses tiveram um desempenho notável, com o segmento de luxo subindo 2,5%. LVMH, uma das maiores empresas do setor, viu suas ações aumentarem em 3,2%, enquanto a Richemont, que possui a Cartier, teve um ganho de 4,1%.

Esse desempenho reflete a importância do mercado chinês para as empresas de luxo europeias, que frequentemente dependem das vendas feitas a turistas e consumidores locais. O crescimento do setor é uma indicação clara de que os investidores estão confiantes de que as novas políticas da China poderão ajudar a sustentar a demanda.

Além do setor de luxo, o setor de recursos básicos também teve um desempenho forte, com um aumento de 4,4% no STOXX 600. Esse foi o maior ganho diário registrado em mais de 22 meses, impulsionado pela recuperação dos preços dos metais básicos, que foram favorecidos pelas melhores perspectivas de demanda da China.

O segmento automotivo também se beneficiou, registrando um aumento de 1,1%, enquanto o setor industrial cresceu 0,6%. Esses ganhos demonstram que a confiança do mercado está se expandindo, à medida que os investidores esperam um aumento na atividade econômica devido às medidas de estímulo.

Os mercados europeus acompanharam esse otimismo, com os principais índices registrando altas significativas. Em Londres, o índice Financial Times avançou 0,28%, fechando a 8.282,76 pontos. Em Frankfurt, o DAX subiu 0,80%, atingindo 18.996,63 pontos. O índice CAC-40 de Paris teve um ganho de 1,28%, alcançando 7.604,01 pontos. 

Na Itália, o FTSE MIB valorizou-se 0,60%, chegando a 33.881,26 pontos, enquanto o IBEX 35 da Espanha registrou alta de 0,33%, atingindo 11.837,00 pontos. Em Portugal, o índice PSI 20 subiu 0,40%, alcançando 6.764,46 pontos. Esses resultados refletem uma recuperação generalizada nos mercados, à medida que as ações da China animam os investidores.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.