Com o cenário econômico em constante mudança, os investidores buscam oportunidades seguras e rentáveis para proteger e aumentar seu patrimônio. Entre as alternativas de investimentos no mercado imobiliário, os Fundos Imobiliários (FIIs) se destacam por oferecer rendimentos consistentes, liquidez e diversificação. No entanto, existe uma divisão fundamental dentro desse tipo de investimento: os Fundos Imobiliários de Tijolo e os Fundos Imobiliários de Papel. 

Para ajudar na escolha da melhor opção em 2024, este artigo compara as características, vantagens, desvantagens e riscos de cada tipo, além de analisar o contexto econômico atual.

Definição e diferenças entre Fundos Imobiliários de Tijolo e Fundos de Papel

Os FIIs são fundos que reúnem recursos de vários investidores para investir no mercado imobiliário, mas eles se dividem em duas categorias principais:

Fundos Imobiliários de Tijolo

Esses fundos investem diretamente em imóveis físicos, como shoppings, escritórios, galpões logísticos, hospitais e outros tipos de propriedades comerciais ou residenciais. A principal fonte de receita desses fundos é o aluguel pago pelos locatários dos imóveis que compõem o portfólio do fundo.

Fundos Imobiliários de Papel

Diferentemente dos fundos de tijolo, os FIIs de papel investem em títulos financeiros lastreados no mercado imobiliário, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e cotas de outros fundos imobiliários. Nesses fundos, os rendimentos vêm dos juros pagos sobre esses títulos, geralmente atrelados a índices de inflação ou à taxa de juros básica (Selic).

A principal diferença entre os dois tipos de fundo está na natureza do investimento: enquanto os FIIs de tijolo possuem ativos tangíveis, os FIIs de papel são baseados em instrumentos financeiros.

Características dos Fundos Imobiliários de Tijolo

Os fundos de tijolo oferecem uma exposição direta ao mercado imobiliário físico, o que pode ser atraente para investidores que desejam se beneficiar do crescimento de setores específicos, como o de imóveis comerciais ou logísticos. As principais características desse tipo de fundo incluem:

  • Imóveis Físicos: o portfólio é composto por imóveis de diversos segmentos, o que proporciona segurança por meio de ativos tangíveis.
  • Rendimentos de aluguel: a maior parte da receita vem dos aluguéis recebidos dos inquilinos. Esses rendimentos são distribuídos mensalmente aos cotistas.
  • Valorização de imóveis: além da renda passiva, o investidor também pode se beneficiar da valorização dos imóveis ao longo do tempo.
  • Exemplos de Fundos de Tijolo: entre os exemplos de fundos de tijolo estão o HGLG11 (FII CSHG Logística) e o XPML11 (FII XP Malls), que possuem imóveis logísticos e shopping centers, respectivamente.

Características dos Fundos Imobiliários de Papel

Os FIIs de papel oferecem uma alternativa mais focada em títulos financeiros. Eles são ideais para investidores que buscam diversificar suas carteiras com uma exposição ao setor imobiliário sem a necessidade de lidar com a volatilidade do mercado de imóveis físicos. As principais características incluem:

  • Ativos financeiros: O portfólio é composto por títulos como CRIs, LCIs e cotas de outros fundos imobiliários.
  • Rendimento com juros: A fonte de renda é o pagamento de juros sobre esses títulos, que podem estar atrelados à inflação ou à taxa de juros.
  • Proteção contra inflação: Muitos desses títulos são corrigidos por índices de preços, como o IPCA, o que oferece uma proteção natural contra a inflação.
  • Exemplos de fundos de papel: FIIs de papel populares incluem o KNCR11 (FII Kinea Renda Imobiliária) e o VRTA11 (FII Fator Veritá), que investem predominantemente em CRIs.

Vantagens e riscos de cada tipo de fundo

Vantagens dos Fundos de Tijolo:

  • Estabilidade: fundos de tijolo tendem a ser mais estáveis, pois os imóveis têm um valor intrínseco, independentemente das flutuações do mercado.
  • Diversificação: eles permitem exposição a diferentes setores do mercado imobiliário, como o logístico, varejo e corporativo.
  • Rendimentos previsíveis: a receita de aluguéis, geralmente, é mais previsível, garantindo uma renda passiva constante.

Riscos dos Fundos de Tijolo:

  • Vacância: um dos maiores riscos é a vacância, que pode afetar os rendimentos do fundo caso os imóveis fiquem desocupados.
  • Desvalorização: em períodos de crise econômica ou de desaceleração do setor imobiliário, os imóveis podem perder valor.

Vantagens dos Fundos de Papel

  • Proteção contra a inflação: a maioria dos títulos imobiliários é atrelada a índices de inflação, como o IPCA, o que oferece proteção em cenários de alta inflacionária.
  • Rendimentos mais altos: em momentos de alta da Selic, os fundos de papel tendem a entregar rendimentos mais expressivos, já que muitos títulos seguem a taxa de juros.
  • Liquidez: fundos de papel tendem a ter maior liquidez, dado que os títulos imobiliários são mais fáceis de negociar do que imóveis físicos.

Riscos dos Fundos de Papel:

  • Sensibilidade às taxas de juros: quando a Selic cai, os rendimentos dos fundos de papel podem diminuir, impactando a rentabilidade.
  • Risco de crédito: como os CRIs e LCIs são títulos de crédito, existe sempre o risco de inadimplência por parte dos devedores.

Qual a melhor escolha para 2024?

A escolha entre fundos de tijolo e fundos de papel em 2024 dependerá fortemente do cenário econômico, particularmente das previsões para a inflação e as taxas de juros. Em um ambiente de juros altos e inflação elevada, os fundos de papel podem oferecer uma rentabilidade superior, já que os títulos tendem a se valorizar com a alta da Selic e dos índices inflacionários.

Por outro lado, os fundos de tijolo podem ser uma escolha mais interessante para investidores que buscam estabilidade a longo prazo. Com a recuperação da economia pós-pandemia e a volta das atividades comerciais, espera-se que a taxa de vacância em imóveis comerciais, como shoppings e escritórios, diminua, impulsionando os rendimentos desses fundos.

Portanto, para 2024, a decisão entre fundos de tijolo e fundos de papel deve ser baseada no perfil de risco do investidor e nas expectativas econômicas. Investidores mais conservadores podem preferir os fundos de tijolo pela estabilidade, enquanto aqueles que buscam uma maior rentabilidade em cenários inflacionários podem optar pelos fundos de papel. Uma carteira diversificada, combinando ambos os tipos de fundos, pode ser a solução ideal para maximizar retornos e mitigar riscos em diferentes cenários econômicos.

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Equipe MI

Equipe de redatores do portal Melhor Investimento.