Patrocínios recordes do COB contrastam com desafios das confederações no caminho para Paris 2024
Na tarde da última sexta-feira (26), a delegação brasileira fez sua estreia com o novo uniforme olímpico, desenhado pela Riachuelo, para as Olimpíadas de Paris 2024. Este evento simboliza não apenas a preparação estética, mas também reflete o histórico recorde de parcerias que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) conseguiu alcançar para este ciclo olímpico. Com […]

Na tarde da última sexta-feira (26), a delegação brasileira fez sua estreia com o novo uniforme olímpico, desenhado pela Riachuelo, para as Olimpíadas de Paris 2024. Este evento simboliza não apenas a preparação estética, mas também reflete o histórico recorde de parcerias que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) conseguiu alcançar para este ciclo olímpico. Com 20 patrocinadores envolvidos, o COB está em um cenário incomparável quando comparado a outras confederações esportivas brasileiras, que enfrentam sérios desafios na obtenção de apoio financeiro.
O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) está experimentando um marco significativo em termos de patrocínios. O número de patrocinadores para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 atingiu um recorde, refletindo uma quantidade substancial de apoio financeiro. Em 2023, o COB registrou contas a receber no valor de R$ 105,5 milhões para o ciclo olímpico de 2021 a 2024, um crescimento notável em comparação com os R$ 3,8 milhões reportados em 2019. Este aumento substancial nos patrocínios demonstra um crescimento robusto e um interesse crescente das empresas em associar suas marcas aos Jogos Olímpicos e ao esporte de alto nível.
Enquanto o COB desfruta dessa era dourada de parcerias, outras confederações enfrentam dificuldades significativas na arrecadação de patrocínios. A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) está atualmente em um processo de negociação para encerrar seu contrato de patrocínio master com a Galera.bet. Este patrocínio, que deixou de estampar o uniforme da seleção, paralisou os repasses desde janeiro, e o valor específico da parceria não é publicamente conhecido. No entanto, os dados financeiros da CBB revelam um aumento notável nas receitas de patrocínio, que subiram de R$ 836.914 em 2021 para R$ 5.140.185 em 2022.
A situação é ainda mais crítica para a Confederação Brasileira de Handebol (CBHB). Após um período prolongado de crise política e problemas administrativos, incluindo uma dívida de R$ 15 milhões com a União, a CBHB enfrentou a perda de patrocinadores importantes como Correios e Banco do Brasil. Esses patrocinadores foram fundamentais durante a era de ouro da modalidade, que incluiu um título mundial feminino em 2013 e a melhor classificação olímpica em 2016. Atualmente, a CBHB tem receitas de patrocínios e doações limitadas a R$ 1.604.737. No entanto, a nova gestão da CBHB conseguiu recentemente emitir a “Certidão 18-A”, um passo crucial para acessar recursos públicos e receber novos patrocínios.
Fábio Wolff, especialista em marketing esportivo, ressalta a importância da profissionalização e da boa governança para atrair patrocinadores. Ele observa que muitas confederações ainda estão em processo de maturação nesse aspecto, o que pode criar barreiras para a formação de parcerias eficazes. Marcas e empresas buscam associações com entidades que demonstram boa gestão, estratégias claras e metas bem definidas. “Embora o futebol seja o foco principal na mídia, outras modalidades também possuem tradição e potencial para atrair patrocínios significativos quando seguem práticas de boa governança”, afirma Wolff.
A Brasil Rugby se destaca como um exemplo positivo no cenário esportivo nacional. Mesmo sendo uma confederação menor em comparação com outras, a Brasil Rugby conseguiu atrair 38 patrocinadores, arrecadando R$ 2,6 milhões em patrocínios livres. A confederação demonstra uma forte governança e boas práticas de gestão, fatores que são reconhecidos e valorizados por patrocinadores. Com parcerias com empresas como TIM, Vale, Pinheiro Neto, Deloitte, Suzano e Comgás, a Brasil Rugby não só sobrevive, mas prospera em um ambiente desafiador. A confederação continua a buscar novos patrocinadores para enfrentar grandes desafios futuros, como a Copa do Mundo feminina em 2025 e as qualificatórias para o torneio masculino.