Existem variados tipos de fundos de investimento disponíveis para os investidores no mercado financeiro. Entre os mais comuns está o fundo DI ou fundo de renda fixa referenciado DI, como também é chamado. Essa categoria de fundos pode ser encontrada na maioria dos bancos e corretoras espalhadas por aí.

Para muitos investidores, a estabilidade e a segurança são tão valorizadas quanto o potencial de retorno. No meio dos aportes financeiros, essa característica define os perfis conservadores ou moderados, os quais geralmente optam por investimentos em renda fixa, como tesouro direto, CDB, LCI e o próprio fundo DI, tema central deste artigo. 

Mas afinal, o que é exatamente um Fundo DI e por que tem se tornado a escolha preferida entre os novos investidores? Ao longo deste artigo, iremos explorar essas e outras questões para mantê-lo atualizado e bem informado sobre esse tipo de investimento. Continue acompanhando. 

O que é o fundo DI? 

Fundo DI, ou Fundo de Renda Fixa Referenciado DI, é um tipo de investimento onde os recursos dos investidores são aplicados em títulos de renda fixa. Esse tipo de fundo busca proporcionar uma rentabilidade próxima à variação de um indicador específico (CDI ou Selic) .

Em síntese, este tipo de fundo de renda fixa, mantém uma baixa volatilidade e oferece liquidez diária aos investidores. Em resumo, é uma opção de investimento de baixo risco, ideal para quem busca segurança e liquidez.

Nesta linha, os fundos DI, geralmente são procurados por pessoas que almejam um investimento mais seguro. Muitos optam por esse tipo de ativo no intuito de construir uma reserva de emergência ou proteger seu patrimônio líquido frente às oscilações do mercado e os impactos da inflação.

Para compreender com mais exatidão o que é Fundo Di, é importante que você compreenda o significado de um fundo referenciado. Ele, como qualquer outro fundo dessa categoria, tem semelhante a todos os outros um indicador específico, chamado de benchmark.

Esse benchmark pode ser qualquer um, desde o Ibovespa (Ibov), S&P500, Dólar, Ipca, CDI, Selic.Ou seja, os fundos referenciados têm por objetivo perseguir e ficar próximo da rentabilidade do benchmark em questão. O fato é, quando olhamos para o mercado de investimentos local, o tipo de Fundo Referenciado mais comum eram os fundos referenciados DI, já que recebem essa denominação por seguirem a taxa básica de juros da economia brasileira – Selic ou títulos indexados ao CDI (Certificados de Depósito Interbancário).

Esse tipo de fundo é um dos mais populares como consequência do histórico de juros altos no Brasil. Mais adiante no artigo explicaremos no detalhe a estrutura desse tipo de investimentos.

Como funcionam os fundos DI?  

O fundo DI é uma aplicação que precisa ter, no mínimo, 95% dos investimentos em títulos relacionados aos principais indexadores – Selic ou CDI. Essa foi uma determinação feita pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) com a finalidade de manter os rendimentos do fundo bem próximos ao índice de referência. 

Os títulos comprados podem ser privados ou públicos, mas precisam ser classificados como baixo risco. Inclusive, eles são bem conhecidos por essa última característica, isto é, seu grau de risco é considerado como seguro mesmo sem a proteção do Fundo Garantidor de Créditos – FGC. Isso porque, de modo geral, uma boa parte da quantia do fundo (95%) é aplicada em títulos públicos, que são bastante seguros. A outra pequena parte (5%) é investida em títulos privados com baixo risco de crédito – em caso de a companhia declarar falência e não arcar com os seus compromissos.

No momento em que um investidor escolhe comprar cotas de um fundo de renda fixa referenciado DI, ele permite que o gestor responsável por essa operação tenha poder na tomada de decisão e administração do seu dinheiro. Ele define a compra e a venda dos ativos com o objetivo de buscar pela maior rentabilidade atrelada ao menor risco.

Algumas características específicas do funcionamento do fundo DI devem ser conhecidas pelos investidores que optam por esse tipo de aplicação, são elas: 

Custos e Impostos

1. Taxa de Administração

Os fundos são administrados por profissionais especializados no assunto, os chamados gestores. Dentro das empresas administradoras eles oferecem cotas para a captação de recursos. Por isso, é cobrada uma taxa de administração pelo serviço do gestor e das demais instituições que estiverem presentes nas operações do fundo.

Esse custo incide sobre o montante total que o investidor mantém no fundo DI. Logo, ela impacta sobre o retorno da aplicação.

2. Come-cotas

O come-cotas é um imposto que incide em forma de cotas em dois momentos do ano, no mês de maio e novembro. Ele serve para recolher o Imposto de Renda em forma de cotas. No caso do fundo DI, é recolhido 15% sobre os rendimentos e abatido automaticamente na aplicação. Logo, no momento do resgate, o investidor só precisa pagar a diferença entre o Imposto de Renda devido – o que vai depender do tempo do investimento – e o valor pago anteriormente no come-cotas.

3. Imposto de Renda (IR)

Sem fugir do padrão dos demais fundos de investimento, o DI também tem a incidência do Imposto de Renda. Mas nesse caso, o IR é descontado apenas sobre os ganhos. O desconto é feito na hora do resgate da aplicação e a alíquota acompanha a tabela regressiva, variando de acordo com o tempo entre a data do investimento e o seu resgate.

Faixa de TempoAlíquota
Até 180 dias22,5%
De 181 a 360 dias20%
De 361 a 720 dias17,5%
Acima de 720 dias15%

4. Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)

O IOF é cobrado sobre o investimento nos 30 primeiros dias de aplicação. Portanto, se o investidor quiser efetuar o resgate do valor aplicado durante esse período, será feita a cobrança. Ele incide de maneira regressiva e a alíquota varia de 96% a 0% sobre os ganhos alcançados – que dependem do tempo do investimento.

Rentabilidade

A rentabilidade dos fundos DI é diária, ou seja, todos os dias os gestores fazem o cálculo dos ganhos da aplicação e creditam o valor no capital aplicado. Nesse caso, se o investidor escolhe retirar o montante pouco tempo depois da data de aplicação, ele recebe a remuneração proporcional ao tempo em que permaneceu com o investimento.

Liquidez

Como vimos anteriormente, a liquidez é diária, o que significa que o investidor pode retirar o dinheiro aplicado a qualquer momento, sem perder nada por conta dessa ação. Alguns exemplos desses fundos são os classificados em D+0, em que o cálculo e o pagamento são enviados ao investidor no mesmo dia que a solicitação de retirada é feita. E o D+1, em que o cálculo e o pagamento precisam de um dia útil após a data da solicitação do resgate.

Quais são os tipos de fundos DI?

Resumindo, a maioria dos Fundos DI pode ser classificada em duas categorias distintas. A distinção está, basicamente, atrelada ao percentual de investimento em títulos públicos federais. Confira:

CategoriaPercentual de Investimento em Títulos Públicos Federais
Fundos de Renda Fixa Baixa Duração Grau de InvestimentoPelo menos 80% da carteira
Fundos de Renda Fixa Baixa Duração Soberano100% da carteira

A composição da carteira pode variar entre os diferentes Fundos DI. Além disso, é importante ressaltar que cada aplicação deve ser analisada diretamente junto às instituições financeiras escolhidas para o investimento.

Vantagens e desvantagens do Fundo DI

Em geral, avaliar um investimento como vantajoso ou não, é algo que dependerá de diversos fatores, sobretudo, do perfil e os objetivos do investidor. Portanto, cabe a você decidir se vale a pena investir em fundos DI conforme suas intenções para essa aplicação.

Para fixar essa ideia, basta pensar na comparação entre renda fixa e variável. Investimentos em renda fixa estão mais associados à estabilidade e riscos baixos, ao contrário da renda variável. No entanto, os altos riscos que caracterizam esta segunda opção, são compensados pela maior rentabilidade que ela pode apresentar.

Isto é, a renda fixa, como é o caso do fundo DI, é amplamente indicada para perfis conservadores que procuram mais segurança e previsibilidade dos ganhos. Em contrapartida, os investimentos em renda variável são mais apropriados para perfis mais arrojados, que estão dispostos a assumir riscos em busca de retornos mais elevados.

Compreendendo esse ponto, vamos agora examinar algumas vantagens e desvantagens do Fundo DI, especialmente para investidores interessados em explorar a renda fixa.

Vantagens

  • Liquidez diária: a grosso modo, dependendo do fundo escolhido, é possível resgatar o recurso investido a qualquer momento, inclusive, antes do que havia sido combinado. Investimentos com liquidez diária oferecem flexibilidade aos investidores, permitindo que eles acessem seu dinheiro quando necessário, o que é especialmente útil para atender emergências ou oportunidades de investimento repentinas;
  • Diversificação da carteira: quando um investidor coloca seu dinheiro em um fundo, ele está essencialmente comprando uma participação em uma carteira diversificada de ativos, gerenciada por profissionais. Essa diversificação é importante porque reduz o risco total da carteira, uma vez que um possível mau desempenho de um ativo pode ser compensado pelo bom desempenho de outros, o que eleva as chances de melhores resultados.

Desvantagens

  • Não possui garantia do FGC: diferentemente de outros investimentos em renda fixa, como o CDB, o o fundo DI não possui amparo do Fundo Garantidor de Crédito. Em suma, isto significa que caso a instituição financeira que administre o ativo quebre, você perde os recursos investidos. Apesar disso, o fundo DI é considerado um investimento de baixo risco.
  • Baixa autonomia no investimento: neste modelo, o investidor delega a responsabilidade de tomar decisões de investimento ao gestor do fundo, que é encarregado de selecionar os ativos e gerir a carteira de investimentos. A falta de controle direto sobre os ativos, pode representar uma desvantagens para investidores que preferem tomar suas próprias decisões de investimento e acompanhar de perto o desempenho de seus ativos.

Como investir em Fundos DI?

Apesar de representar uma opção simples de investimento, é necessário analisar com cautela as oportunidades do mercado, ao invés de sair aplicando seu dinheiro de maneira impulsiva. Nesta linha, é indispensável que o investidor análise os detalhes de cada carteira, para fazer uma escolha de aporte.

Separamos aqui alguns aspectos interessantes de se observar:

  • Perspectivas de rentabilidade;
  • Complexidade dos produtos ofertados;
  • Valor mínimo de aporte necessário a cada produto;
  • Histórico de rentabilidade;
  • Custos de aplicação;
  • Nível de risco dos ativos na carteira;
  • Comparativo com outras alternativas do mercado.

Com essas informações em mente, basta escolher o fundo DI ideal para o seu perfil. No momento de investir, é interessante procurar uma corretora de valores qualificada, no intuito de encontrar melhores opções.

Conclusão

Para os investidores que estão pensando em diversificar as suas aplicações de maneira mais conservadora, mas ainda recebendo um rendimento e com liquidez, os fundos DI são uma escolha atrativa. Com conhecimento e o auxílio de profissionais qualificados no assunto, é possível descobrir o fundo de investimento mais adequado e seguro para o seu perfil e objetivo como investidor.

Equipe MI

Equipe de redatores do portal Melhor Investimento.