A depreciação de veículos voltou a acelerar em abril, após três meses consecutivos de queda, impactando principalmente o mercado de seminovos e usados, que observou um aumento significativo na perda de valor. De acordo com o Índice Webmotors, a desvalorização média dos carros (novos e usados) foi de -0,166%, marcando um crescimento de 0,091 ponto percentual em relação a março, quando o índice estava em -0,075%. A alta, que afeta tanto carros novos quanto usados, reflete mudanças na dinâmica do mercado automotivo brasileiro, impulsionadas por fatores de oferta e demanda.

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Crescimento da desvalorização dos carros usados em abril

O principal responsável pelo aumento da depreciação de veículos em abril foi o segmento de seminovos e usados, que, após um trimestre de retrações, voltou a registrar uma perda de valor mais expressiva. Os carros usados apresentaram uma desvalorização de -0,194%, marcando uma diferença de 0,101 ponto percentual frente ao mês anterior, quando o índice foi de -0,093%. Comparado a abril de 2023, a variação foi ainda mais acentuada, com uma alta de 0,069 ponto percentual.

Esse movimento pode ser explicado pela redução da demanda observada após o início do ano, quando muitos consumidores aproveitam o início de ciclo para realizar compras ou trocas de veículos. Embora a retração no valor dos usados seja uma característica comum durante esse período, a maior aceleração de desvalorização em abril indica que o mercado está reagindo a mudanças nas expectativas de consumidores e investidores.

Valorização de veículos zero quilômetro desacelera

Por outro lado, os modelos zero quilômetro (0KM), que nos primeiros meses de 2025 apresentaram um aumento na valorização, começam a mostrar uma desaceleração. O índice de valorização dos carros novos foi de +0,112%, o que representa uma redução em relação a março, quando a valorização foi de +0,186%. Em comparação com abril de 2023, quando a desvalorização foi de -0,117%, os veículos 0KM tiveram um desempenho mais positivo, registrando uma valorização de 0,229 ponto percentual.

De acordo com Eduardo Jurcevic, CEO da Webmotors, esse comportamento é esperado, já que, tradicionalmente, o mercado de carros registra um aquecimento no início do ano. “Nos primeiros meses, há um aumento natural na demanda devido a fatores sazonais, como o planejamento de compra de veículos. No entanto, agora estamos observando um arrefecimento dessa demanda, o que leva ao retorno de um padrão mais previsível de desvalorização para os carros usados e a desaceleração na valorização dos 0KM”, afirmou Jurcevic.

Carros elétricos e híbridos sentem maior pressão no mercado

Além da desaceleração no valor dos veículos tradicionais, o mercado de carros elétricos e híbridos também apresenta variações que merecem atenção. Em abril, a depreciação dos carros elétricos usados foi de -0,699%, marcando um aumento de 0,140 ponto percentual em relação a março, quando o índice foi de -0,559%. Os veículos elétricos 0KM também apresentaram uma desvalorização de -0,205%, superando o índice de março, que foi de -0,100%.

Para os híbridos, a situação também não foi das melhores. Os carros híbridos usados tiveram uma depreciação de -0,692%, um aumento de 0,247 ponto percentual em relação a março, quando o índice foi de -0,445%. No entanto, os veículos híbridos 0KM apresentaram uma leve valorização de -0,036%, ligeiramente superior ao índice de março, que foi de -0,073%.

Impacto do mercado automotivo em 2025

O movimento de alta na depreciação dos carros usados e a desaceleração na valorização dos veículos 0KM refletem o cenário de instabilidade econômica e o comportamento do consumidor nos primeiros meses do ano. As flutuações nos preços dos veículos, especialmente entre os carros novos e usados, podem ser atribuídas a vários fatores, incluindo a mudança no poder de compra dos consumidores, a oferta de novos modelos no mercado e as expectativas de inflação.

Apesar das variações, o mercado automotivo brasileiro segue com expectativas de recuperação a médio prazo, à medida que o cenário econômico se estabiliza. A demanda por veículos novos deve continuar sendo influenciada por incentivos fiscais e campanhas de vendas, enquanto o mercado de seminovos e usados tende a se ajustar de acordo com a oferta e a procura.